Temos visto nos últimos anos uma tendencia crescente das cirurgias menos invasivas e com cicatrizes reduzidas – conheça agora o Lifting facial.
Milagre da plástica? Desenvolvimento tecnológico? Magos operando?
Na verdade não há mágica. Muitos fatores contribuíram para esta tendência.
A flacidez de qualquer tecido, inclusive da face, tem relação direta com o excesso de pele. Quanto maior o excesso de pele, mais se nota a flacidez. Para retirar pele é necessário cortá-la e quanto mais pele se retirar, maior sera o corte e consequentemente maior a cicatriz… Isso não mudou na plastica.
Então o que mudou?
Para quem tem mais de 40 anos sera fácil puxar da memoria. Para os jovens, vale a historia…
Nas décadas de 60 e 70, era chique ficar com a pele tostada ao sol. Usavam-se bronzeadores e tudo o que se possa imaginar para conseguir o bronzeado quase amarronzado. Até Coca Cola e iodo foram usados. Os efeitos do sol trouxeram consequências a esta geração. Os danos do ultravioleta são cumulativos e, com o tempo, a pele perdeu a elasticidade, o viço, a hidratação – envelheceu precocemente. Isso sem falar dos tumores de pele…
Quando esta geração chegou aos 60 anos, há 10 anos atrás, e procurou a plastica facial, havia muita pele a ser retirada. Nos anos 80 os efeitos danosos do sol foram mais difundidos, os protetores solares desenvolvidos e popularizados. Inicialmente os fatores 8 eram “super fortes, um exagero!”. Hoje ninguém deve se expor ao sol com fator menor que 15. Os tempos mudaram. Os efeitos do sol foram reduzidos pela proteção dos cosméticos.
Outras tecnologias também foram desenvolvidas, entre elas a toxina botulínica (Botox). Um dos fatores causadores das rugas de expressão é a ação dos músculos da mimica facial, que ao repetidamente dobrar a pele, leva à formação dos pés de galinha e rugas da testa. Por ser um paralisante muscular, o uso adequado da toxina botulínica reduz a ação dos músculos que produzem as rugas, minimizado os danos à pele.
Preenchimentos, como o acido hialurônico, hidroxiapatita, polimetilmetacrilato , etc., ajudaram a minimizar vincos e com isso minimizar a aparência de envelhecimento.
Peelings químicos e mecânicos foram popularizados nos a nos 80 (acido glicólico, acido retinoico, ATA, fenol, dermoabrasão, etc.). A partir dos anos 90 o laser ganhou força e deu novo patamar ao peeling. O desgaste da pele e a renovação celular proporcionados pelos peelings tiveram efeito rejuvenescedor, aumentando a quantidade de colágeno, espessando e hidratando a pele.
Concomitante a isso, novas tecnologias no campo cirúrgico surgiram. O uso da videoendoscopia nas cirurgias faciais, novas técnicas de incisões minimas e mecanismos de fixação da pele por fios ou ganchos propiciaram novos horizontes e dispensaram incisões grandes para maior exposição da área operada.
Resumindo, a cirurgia facial de hoje é muito menos invasiva que outrora pela somatória dos fatores, que didaticamente, podemos resumir:
O paciente de hoje chega ao Lifting facial em melhores condições, menos envelhecido, com pele mais conservada (devido à redução dos danos pelo sol, pelo uso de procedimentos estéticos rejuvenescedores). Menos pele para retirar, menor cicatriz.
Técnicas desenvolvidas por endoscopia, com auxilio de fios e mecanismos de fixação (ganchos), passiveis de serem colocados por mini incisões.
Apesar de tudo isso, a máxima ainda vale: “Excesso de pele = cicatriz”.
Dr. André Gonçalves de Freitas Colaneri
Cirurgião Plástico Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica